UM CORPO DÉBIL
Um corpo débil
jaz no asfalto frio e negro
A seu lado
um fio vermelho avança à vala próxima
Ninguém sabe que é
ninguém precisa saber
A notícia se espalha
curiosa a vizinhança vem
Todos olham
ninguém fala
O silêncio denuncia a triste realidade
O sol à pino
aquece aquele corpo
nada o cobre
o espetáculo precisa ser mostrado
É só mais um negro
quem se importa
quem quer saber quem era
A vala muda sua cor
o vermelho líquido salta aos olhos