Comportas de dique recém rompidas,
erupção de dois vultos em desalinho.
Chama em corpos inflamados,
em desejo de beijo agendado.
Flora e fauna em estrondo acordados,
numa natureza ainda adormecida,
num mesclado de cores em tela pintada:
Um casal de pano de fundo
se esgueira pelas paredes,
escondidos nas margens, camuflados,
amor em pedaços recém escapados
de suas molduras.
Esvaídos pelo corredor de tinta,
cada qual afastado de seu cenário,
encontrados em vernissage.
Debret não os pintara juntos,
ousam o encontro no apagar das luzes,
no fechar das cortinas da posteridade.