Em um dia de um novembro qualquer.
Amanheceu um dia com pássaros cantando anunciando a primavera.
As dores de sempre aguilhoando-me a alma já tão cansada disso tudo e eu esperando o sol, mas eis que o céu fecha a cara e libera ventos que empurram águas a descer pela terra. Desde a manhã, chove muito aqui e eu me sinto livre em minhas prisões.Atravesso os labirintos dos meus medos e de todas as coisas confessáveis e inconfessáveis que enfeiam minha existência; parece que quando estamos sós os nossos "bichos" vêm de encontro a nós com tudo... E não é à toa que nossos primeiros medos são escuro e solidão na mais tenra idade... Embora eu não esteja sozinha, apenas solitária.
Mas o incrível é que ando gostando disso como nunca!
Seria algum grau de maturidade adquirida?
Não sei... mas do que adianta conjecturas vãs?
Vida vã, tudo às vezes me parece vão, e de vão em vão, forma-se um imenso vazio... Meu mundo, meu eu, meus amores e desamores de mim... Filosofar me cansa... Enfim fim. Desejo ainda de que haja sempre
algum desejo de recomeçar.