Sonolência

Em pleno domingo - já um dia preguiçoso - deito-me sobre aquela sonolência ha muito familiar. Senti essa presença na noite anterior também, enquanto caminhava pela orla da bela lagoa e deixava meus pensamentos serem consumidos pela indelicada brisa. Agora é diferente. Essa sonolência toma-me sem nenhuma destreza, assim arrogante e invasiva. Eu vou cedendo, sem muita luta; isso cansa, e, cansaço? Cansaço machuca a alma, traz essa... Essa sonolência desagradável.

Não somente os olhos imploram por se fechar, mas também a mente e a alma, de certa forma. Querem apenas não ver, não pensar e não sentir nada por um breve espaço de tempo; querem apenas não existir por meros segundos. Pois sentir - sentir demais - é cansativo, e traz um sono pesado juntamente com uma apatia peculiar e muito bem conhecida por aqui.

Sonolência, às vezes faz-me um bem danado... Quando é do tipo que chega, me toma e me deita; dessa forma, rapidamente durmo e sonho, ou simplesmente durmo no breu de minha mente. Mas, quando é do tipo que não me traz calma e não pesa as pálpebras, essa me acaba. Não fico no meu breu particular e muito menos sonho; permaneço cansada e inerte, com pensamentos aos 'léus; minha alma se tranca em mim ao mesmo tempo em que me abandona, me aperta, me drena, e me toma para qualquer lugar.

Ah, domingo! Domingo, domingo. Sonolento. Lento.

Resta-me apenas escrever nestas horas: em que estou eu comigo mesma e sem metade de mim. Resta-me mergulhar nesse sono, nesse sono lento, sonolento, e deixar-me viajar... Sair por aí na minha mente ou na mente de alguém. Sair de mim, sem mais.

Larissa Maciel
Enviado por Larissa Maciel em 03/11/2013
Reeditado em 09/06/2014
Código do texto: T4555139
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