MUITO PRAZER, MEU NOME É AMOR

Roubaram-nos a rua de criança,

Era lá que construíamos

As lembranças...

As brincadeiras eram livres

Sem malicias ou deslizes...

Corríamos a voltar da escola

Para poder assumir a rua

Onde sentávamos na calçada

A contar as aventuras...

Muito prazer!

Meu nome é amor!

Venho de longas datas,

E ainda quando criança,

Mirando-te no olhar...

Era algo sem sentido

Que me dava sentido à vida...

Não entendia o que acontecia

Pois era ainda menino,

Mas, o reconhecia...

Eu corria a brincar

As tuas brincadeiras

Para poder sentir-te de perto

Mesmo sentindo aquela tremedeira...

E aquele tempo, ainda menino

Embalsamávamos a realidade

De um perder-se em tudo isso

Restando-nos somente a saudade...

Então, quando crescêssemos

Jurava-te teu para toda a vida...

E assim os anos se passaram

E você continuava linda,

Não importando se o tempo

Tenha marcado nossas faces...

A rua continuava a ser aquela menina

Suportando as distancias

Aproximando-nos nas ausências

Como se perpetuasse as horas da inocência...

Mas um dia,

A infância já envelhecida

Rouba-nos a nossa rua de criança...

Num giro de lembranças,

Esbarramo-nos com o tempo

Aproximando aquelas crianças...

Que sentam agora as margens daquela calçada

Conversando sobre o tempo

Recordando as brincadeiras

Dando-se conta,

De que lhes roubaram a rua de criança.

Mas o tempo tinhoso

Repetindo a mesma frase

Suportando a distancia,

O tempo e a saudade...

Superando o descaso,

O medo e a vaidade.

Aproximou-se outra vez

Apresentando-se.

Muito prazer,

Meu nome é Amor!