RECORDAÇÕES DA INFÂNCIA
A ESTRADA EM QUE CAMINHO...
FEZ PARTE DE MINHA VIDA!
CRUZA PONTE DE UM RIO,
ONDE EU E A GAROTADA...
BRINCÁVAMOS QUANDO CRIANÇA.
UMA PEDRA, ERA AMARRADA,
EM UM LONGO E GROSSO FIO.
E DENTRO DO RIO, JOGÁVAMOS...
IMITANDO UMA BALANÇA!
A CORRENTEZA ERA FORTE.
TINHA SEMPRE ALGUÉM, NOS OLHANDO.
E CONOSCO IA RALHANDO!
COM MEDO QUE A BRINCADEIRA...
FOSSE EM DESGRAÇA!
SE TRANSFORMANDO.
COM ALGUÉM NO RIO CAIR...
E ACABAR SE AFOGANDO!
AGORA NA ESTRADA CAMINHO.
AS LEMBRANÇAS VÃO CHEGANDO!
DE FATOS QUE ESTIVERAM...
LIGADOS A MINHA INFÂNCIA!
A ESTRADA ERA O TRAJETO,
QUE NOS LEVAVA NA VENDA.
ERA UM CAMINHO MUI LONGO...
CERCADO DE MATA VERDE.
DOS DOIS LADOS DA ESTRADA...
CERCAS DE ARAME FARPADO!
OS TERRENOS DOS VIZINHOS!
UM A UM ERAM CERCADOS.
ÍAMOS QUASE SEMPRE A PÉ.
EU E A MINHA TIA.
MAS AS VEZES A ÉGUINHA...
IA NOS AJUDAR NO CAMINHO!
BICHINHA MANSA DEMAIS!
PRA CARREGAR A FARINHA.
QUE MINHA AVÓ PRECISAVA,
PARA USAR NA COZINHA!
ERA UM ITEM IMPORTANTE.
ALÉM DO AÇÚCAR E CAFÉ.
E UM LEITE CONDENSADO,
QUE NA CERCA A GENTE ABRIA!
FAZENDO NA BORDA DA LATA...
UM PEQUENINO FURINHO.
E O DOCE TÃO GOSTOSO!
TOMÁVAMOS PELO CAMINHO.
NEM PENSÁVAMOS NA DESCULPA...
QUE ÍAMOS DAR PRA AVÓ.
POIS PRA NÓS AQUILO TUDO,
ERA UMA DIVERSÃO SÓ.
TINHA TRECHOS QUE A CHUVA,
A ESTRADA CASTIGAVA.
FAZIA SULCOS NO CHÃO!
A ESTRADA ESBURACAVA.
LEMBRO-ME DAS ARANHAS,
CARANGUEJEIRAS... PELUDAS.
SEU TAMANHO ERA ENORME,
E QUANDO UMA SE AVISTAVA!
BEM LONGE DELA PASSAVA.
POIS SÓ O TAMANHO ASSUSTAVA.
QUANDO JÁ PERTO DA CASA.
DE MINHA AVÓ NÓS ESTÁVAMOS...
ENCONTRÁVAMOS UNS BUGIOS.
NAS ÁRVORES SE BALANÇAVAM!
ESTAVAM SEMPRE A RONCAR,
FAZENDO UM BARULHO DANADO!
COM UMA CARA ESTRANHA...
OS BICHOS OBSERVAVAM.
NÃO SEI COMO NÃO CORRÍAMOS!
DAQUELES MACACOS ABUSADOS!
TUDO ISTO E MAIS UM POUCO!
NO SITIO DA AVÓ EU VIVI.
MAS TODOS ELES EU TROUXE.
SEMPRE COMIGO AQUI
GUARDADO DENTRO DO PEITO!
PARA NUNCA MAIS SAIR.
ENXADA PARA CAPINAR...
ÁGUA NA FONTE IR BUSCAR!
TEMPOS DIFÍCEIS AQUELES,
DA VIDA DE MINHA AVÓ!
LUZ ELÉTRICA NÃO TINHA...
BANHO TOMAVA NA TINA!
FOGÃO ERA SÓ DE LENHA,
E CHÃO DE TERRA BATIDA.
LEMBRO-ME DE TUDO ISTO.
COM LÁGRIMAS A DERRAMAR!
TUDO FARIA, EU AGORA!
SE O TEMPO, PUDESSE VOLTAR...
NEM QUE FOSSE UM INSTANTINHO!
DAQUELES TEMPOS TÃO DOCES.
QUE COM MINHA AVÓ FUI MORAR,
NO NORTE DO PARANÁ!