Um dia frio

   Amanheceu. Ponho a cara na janela, procuro o sol. Hoje ele não apareceu. Está escondido sob nuvens cinzentas e pesadas. Parece que vai chover. Faz frio. Que estranho! Já deveria estar calor, pois já estamos no final de outubro.
   Não me aborreço com o dia feio. Aproveito e leio. É tão gostoso ler com o tempo assim. Lembro da música do Djavan que diz: “Um dia frio, um bom lugar pra ler um livro...”
  Também posso assistir a um filme debaixo do edredom, posso ver tevê, fazer um bolo pra tomar com chocolate quente, chamar uns amigos pra jogar cartas ou simplesmente fazer nada, voltar pra cama e dormir.
  Um dia sem sol é apenas mais um dia. Não posso me deixar influenciar por isso. Não posso me abater e deixar que a tristeza tome conta de mim. Não há por que ficar triste. Antes, dias nublados me deixavam nublada, apática, sem vontade de fazer coisas interessantes. Hoje não mais. Aprendi a gostar de qualquer dia: ensolarado ou nublado. Aprendi a ter paciência, com o tempo e comigo mesma. Entendi que não há nada que se possa fazer contra o estado da natureza, tanto a interna quanto a externa. Como disse James Russel Lowell: “Não adianta discutir com o inevitável. O único argumento disponível contra o vento leste é vestir o sobretudo.”

                                                                Jô Coelho
 
                       
 
Jorgenete Pereira Coelho
Enviado por Jorgenete Pereira Coelho em 31/10/2013
Reeditado em 31/10/2013
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