Costurou-me por dentro, pontos frouxos, rasgados, alinhavos cortantes,
e a pele do coração saindo, como uma uva roxa ferida!
Voxsolum

Som do silêncio

Estou observando o silêncio agora. Ele sangra e tem fome feito eu, agora. "Feito fio de cabelo comprido, que esteve grudado em nosso suor". Tento entender o silêncio e ele grita nos latidos dos cães famintos, tão longe, tão longe, que não posso alimentá-los e choro. Me alimento de letras... Choro por dentro, nenhuma lágrima cai pela face. São mares por dentro. Vermelhos oceanos por dentro. Derretendo gelo, por dentro. Tudo que sinto é dentro, nada fora. E sangro...E ando manco, catando cavacos nas esquinas da vida. Cicatrizo feridas d'alma com letras. Bebo e me alimento de letras-pálidas-cálida, quase firmamento. Céu de estrelas me ouvem e trocamos palavras sem único som. O som dos poemas. Falam mais alto que todos os sons dos planetas. O silêncio me envolve feito dor sem morte, sorte sem sorte-Vida. Existe vida, além da Vida, converso com ETS. Murmuram palavras desconexas, as avessas, mas entendo feito fragmento de palavras surdas. Mais mudo que o silêncio, grito. Sinto saudade de ler Adah.

Tony Bahi@.
Tony Bahia
Enviado por Tony Bahia em 26/10/2013
Reeditado em 27/10/2013
Código do texto: T4543241
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