O FASCÍNIO DIÁRIO

Por sentir o sopro vital é óbvio que estou condenado às lembranças e à rememoração inventiva. Especialmente a dos tempos de juventude, em que o futuro parecia estar muito além do distante horizonte. Apesar de andar e andar por inusitados caminhos percebo por todo o sempre, em derredor e à frente, o mesmo céu e terra. E com similar fascínio diário a luz me abrasa a visão. O renascer cotidiano é sempre um convite à reflexão e à ação para além dos atos e a possível construção dos relatos. Para que não percamos o foco de que o fato do nascimento com vida é para a marcação da passagem. Mesmo que o lodo por vezes esconda as pegadas. Bom dia, amigo sol!

– Do livro A FABRICAÇÃO DO REAL, 2013.

http://www.recantodasletras.com.br/prosapoetica/4541570