Deus, o tempo, nós e a espiritualidade.
Na verdade a crise espiritual surge pela falta de tempo. Quem fez o tempo? Deus, é claro. Ele nos deu o tempo para sermos livres. E o nosso tempo, quem o faz? Desajeitadamente somos nós. E quase nunca temos este bendito tempo. Não conseguimos detê-lo, não temos este poder. Vivemos correndo atrás dele, numa luta apavorada, na verdade sem um porquê, afinal o tempo é quem nos leva e não o contrário. E nesta luta do dia a dia não temos tempo para nada.
Outrora, o ser humano vivia livre sem estar preso ao tempo. Ria, sentava com a família para às refeições, para dialogar; as crianças brincavam livremente, à noite paravam para ouvir os mais velhos contarem causos, sentados em volta de uma fogueira acolhedora. Sabe por quê? Porque tinha-se tempo, hoje não o temos mais.
O problema do tempo mora no coração. Temos dificuldades de escolhas. Escolhemos coisas e não pessoas. Perdemos valores. Estamos presos dentro de nós mesmos.
Vivemos a época do Stress, da cobrança, do possuir, do dominar. Aonde quer que você vá ou que vai fazer, precisa ser o melhor. Isso é uma das razões da crise espiritual da atualidade. Falta ou faltou diálogo que é uma referência à alma; falta amor incondicional em qualquer tempo: Passado, presente e até no esperançoso futuro. Precisamos reinventar o amor criando um digno ambiente espiritual.
Será que já paramos para pensar no porquê Deus nos colocou neste mundo? Ele tem algo especial para nós .Ele quer que sejamos nós mesmos, sem esquecermos da bondade, da ternura, da fé em tempos melhores. Quando tiramos Deus de nossa consciência em tudo o que fazemos temos medo. E que fiquemos cientes: ninguém mais do que Deus quer nos ver realizados e felizes.
A violência é o esquecimento de Deus. O que a sociedade pode esperar, se ela, na maioria das vezes, não crê nas providências divinas? O Caos!!
Devemos ser gratos pelo amor que Deus nos dá. Um sorriso repleto de felicidade é um modo de agradecê-lo pela vida.
Deus é amor pleno. Se o percebermos dentro de nós encontraremos a verdadeira alegria.
Deus, o tempo, nós e a espiritualidade formamos uma real e duradoura felicidade.
Prosa inspirada na homilia do padre Valdinei.