Parei com isso

Cansei da mediocridade, de ficar pela metade, de ser a metade

Já sei a regra do jogo mas não ganhei de novo,

Sou velho demais para recomeçar

Se tento equilibrar sou o equilíbrio, se vou jogar, desisto

Quero mais é chover no molhado,

Morrer abraçado com qualquer mulher da rua

Sair do lugar-comum, fazer falcatruas e no fim ser toda tua, nua

Sou prédio querendo desmoronar, sou partida querendo ficar,

Sou o desejo tosco de animais a cruzar

Porquê nasci humano tão inútil, tão fútil, tão assim?

Acomodado sempre esqueço de rezar,

Ajoelhado sempre a pecar, estabilidade é para os fracos

Acho que devo estar a devanear, onde está Deus, onde está?

Choro aqui, rio acolá, pinto de lá, chego a cantar,

E a vida a passar... em preto e branco

Se fiz serenata não chorei, se tomei banho não chovi,

Se escrevi cartas não sou papel

Quero ser o mais íntimo teu, descobrir tua sina,

Tuas rimas, teus animais

E avaliar se sou teus caminhos, os desalinhos, os cartões-postais

Pegar-te pela garganta é ter a profunda lembrança do quanto valeu meu trilhar

Em qualquer caminho eu iria mesmo te achar, tenho que andar

Andar com firmeza, com fé e certeza, correr ou parar

Sendo das cordas os nós, das cachaças os pós, de nós os sós

E se me faltar ar algum dia,

Rio e peço alforria, serei tua escrava a limpar

Entregar-me-ei com afinco e paixão, serei aprendiz, ancião,

Todos os extremos para não arrepender

Quero amar-te, amar a ti, amar você

Ser feliz quando der, amar sempre, sofrer sofrer sofrer

Gabriel Amorim 15/10/2013 http://devaneiospalavras.blogspot.com.br/

Gabriel Melo Amorim
Enviado por Gabriel Melo Amorim em 23/10/2013
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