O Manto
O Manto
Em êxtase de prazer rompe-se o núcleo da
artéria do desejo constante.
Baloiça,
rodopia,
dança-me o manto de pele,
presenteia-me de ternura,
atiça o atiçado emaranhado de corpos pudicos
em loucura do tacto que prossegue a mesma
inquietude do movimento vaivém
dentro e fora do ventre.
O manto funde-se e
entrego-me á febre do clímax.
Mordo dentro de mim mais uma ondulação de ti,
estremecem minhas veias em pleno voo marítimo,
ritmos cardíacos aceleram o caminho da calçada do fogo,
arde suado todo o manto que encobre o Amor.
Respiro-te,
cheiro-te o perfume suado que o vazio do manto liberta e
adormecemos fundidos na viagem da onda serena,
que nos transporta ao mar da lua cheia.
Somos as pétalas do verbo Amar que o Amor desflora.
Gila Moreira 18/10/2013