Dor dilacerante

Perdi a paciência, saí do sério.

Por que é tão fácil se sentir o mártir do mundo no momento que se está matando alguém?

E aí neste momento quando percebe a falta de paciência do outro, sorri mansinho, sorrateiro e desleal, sabendo que vai usar toda a fraqueza alcançada a seu favor.

Meu grito de socorro está preso na garganta, tento emitir algum som, mas nada sai.

Alguém me ajude, por favor.

Como posso me salvar deste emaranhado de decepções que assolam minha alma?

Alguém me ajude por favor...

Minha alma clama por piedade e meu corpo cansado pede um leito, mas não há espaço para o descanso, as batalhas ainda estão só começando.

Alguém aí me ajude, por favor...

Enfrentar o inimigo lobo em pele de cordeiro fica menos difícil quando se sabe que ele é O lobo, mas mesmo assim cansa muito, quase se quer desistir da batalha e muito se pensa em entregar os pontos quão difícil que é a luta, e pensar que ainda hão de existir tantas lutas...

Alguém aí, por favor, me ajude aqui....

Quanto mal um ser é capaz de fazer a outro ser por mero prazer de vê-lo sofrer, de vê-lo ser arrasado por dores em suas entranhas, por vê-lo aprisionado?

Alguém aí, me socorre aqui que não aguento mais...

Alardear o amor é muito fácil, brincar de dizer que não se vive sem a tal pessoa é muito sagaz, mas usar tudo isso para aprisionar o outro a si e fazê-lo seu escravo ao ponto de não deixa-lo mais viver? Ó Deus, como pode acontecer?

Socorro!

Alguém aí, mê dê algum prazer, porque a dor aqui não está mais me deixando viver!

Mas calma, vai chegar um vento, um vento fraco, manso, mas que levará toda a sujeira para longe, este dia chegará, não está perto, não, não está, mas há de vir brilhar e me levar para longe desta dor infinita, me fará esquecer que existem pessoas assim, impuras assim, insanas assim, impróprias assim...