O Medo do Não Ser
Uma partida incomum
Dois partidos, um só desafio.
Morte e vida,
O ser no meio do nada
Há duas trincheiras
Uma saída e duas chegadas
O homem é o meio
O termo da disputa
Um gole no deserto
A sede a alma encurta
A vida sem desfecho
Um átomo que labuta
Um todo que reclama
A volta do que foi
Um mar que vai ao rio
O chão que sobe ao céu
Um coração que sangra
Um peito sob o véu
As dores do viver
São tintas sem pincel
Atrás da sombra mora
A chave do mistério
Enigma sobre-humano
Um sofrimento etéreo
A vida pulsa igual
No centro do universo
Que absorve a calma
Forjada ao inverso
A paz cognoscente
A trilha sem final
O mar sem ilha adentra
Abisma o pensamento
Perdido no quintal
Do próprio entendimento
Quem vence não consegue
A face contemplar
Sou animal e penso
Por medo de falar.
Brasília 17/04/2007
Evan do Carmo