Posfácio a um homem comum
Ele não tinha nenhum dom ou talento especial do tipo, uma bela voz, inclusive quando criança foi reprovado na seleção para o canto Orfeônico de natal na escola;
Não tinha vocação para a dança, e nem uma inteligência fora do normal.
Ele não era bom de bola e nem se destacava em nenhuma outra modalidade esportiva.
Também não tocava nenhum instrumento,embora gostasse muito de música.
Línguas? Não, ele não era excepcional em nenhum idioma estrangeiro.
Feio ! Propriamente não era, mas beleza também não tinha e nem tampouco era portador de algum privilégio anatômico, se é que me entendem.
Não era o que se poderia chamar de, um bom ouvinte e às vezes era até um pouco prolixo, pouco prático e sem disciplina nos processos.
Mas ele chegou lá, expressando-se convencionalmente, ele venceu. Fez uma bonita carreira, grandes amizades, e influenciou a vida de muitas pessoas; Ele encontrou uma companheira que o amava e que ele amava e tiveram filhos lindos, éticos e felizes.
Haverá quem possa dizer, então ele nasceu com cú virado para a lua!
Não sei. Mas penso que, o que ele tinha desde menino era ouvido para estrada, para o silêncio das pedras, para as entrelinhas.
Ele amava as palavras e elas lhe davam azas, o levavam para viajar e o traziam de volta.
Acho que pode-se dizer isso.