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Pelas mãos do poeta




Próximo à lareira dorme sem pensar em nada.
Não demora, um pesadelo o atormenta.
Em vão, tenta continuar dormindo.
Seu pensamento se agiganta,
a passos largos percorre fronteiras.
Enxerga distante, na areia da praia vagueia.
No céu não há nuvens, só estrelas e a lua
que reaparece cheia.
Cheia de encantos, provoca ciúmes,
diz que vai embora,
Cansado do fardo o poeta chora.
Puxa o lenço do bolso, seca as lágrimas,
cata as palavras,
acorrenta-as no porão do seu coração.
Faz delas suas escravas.
Agora, respira fundo, sonha acordado.
Suas mãos tateiam, tentam resgatar um poema
que largou sem explicação
em um lugar qualquer na cidade grande.
Deseja conseguir alforria para voar ao encontro               de seu coração.

O sol vai baixando, resolve largar as palavras embaixo da mesa no jardim.
Está exausto de tanta fantasia.
Em lágrimas, ouve uma melodia do século XVIII.
O vento balança os galhos das árvores.
Ouve-se o canto da coruja vindo do pomar.
No céu já desfila a estrela dalva.
Ele ainda soluça, por amar tanto e,
por "incapacidade"
desconhece o objeto dos seus sonhos.
De repente... o poeta não está mais ali.
Viu-se desmaiado sobre as chamas da lareira.
Um jovem verso levantou-se das cinzas
e o salvou...
O poeta agora está novinho em folha,
Pronto para continuar fantasiando...
-Sonhos e realidades.
Aparecida Ramos
(Isis Dumont)
21/10/2013

A vocês poetas, toda minha admiração, afeto e... 
-amor em meus versos.
***Isis***



 
Aparecida Ramos
Enviado por Aparecida Ramos em 21/10/2013
Reeditado em 24/10/2018
Código do texto: T4535491
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