Alegria quis ser saudade
Alegria quis ser saudade
E foi se distanciando dos olhares
Dos sorrisos feitos de abraços
Da amplitude das alegorias
Despediu-se das crianças
Da musica dos pingos da chuva
Do panorama das manhãs de sol
Da linguagem dos pássaros
Nem mesmo o despertar dos vinhos
Nem mesmo a flor dos carnavais
Nem mesmo os relâmpagos amorosos
E os violões
Resgataram-lhe a inquietação da alma
A mágoa-dor existencial
A doce amizade da vida
A mágica
Foi andar de mãos dadas com os adeuses!
Tinha a palidez das coisas fugidias
O desesperado grito dos canhões
A vergonha dos famintos
Os grilhões
Se não há falhas na memória
Fugiu dos sonhos dos enfermos
Do leito dos desencantados
Morreu na tarde dos homens