Amanhecendo aqui.
Gosto muitíssimo de observar as coisas, a minha habitual calma e maneira de ver tudo vai abrindo dentro de mim inúmeros caminhos, e estes irremediavelmente vão me fazendo aprofundar. Posso inclusive ouvir os passos que dou, sempre para dentro. Hoje pela manhã, leia-se umas cinco horas, sentei no jardim para meditar, havia uma alegria inequívoca, mas eu não sei dizer exatamente de onde ela vinha. Apenas sei que estava ali, podia senti-la. O céu ainda estava com uma cor indefinida como se o pintor do céu ainda estivesse apenas dando suas primeiras pinceladas.
Fechei os olhos, respirei fundo e apenas me deixei ficar, ali infinitamente comigo. Depois de uns instantes os pássaros começam sua sinfonia e que logo, logo paro de ouvir. Minha concentração direciona, acalma e quase já não respiro. Mas ai vem uma danada de uma formiguinha e me tira completamente a atenção com uma picada dentro dos meus dedinhos do pé, mas que malandra! ao abrir os olhos vejo o primeiro raio de sol que atravessa a mata quase como flecha passa por mim e cai na água...lindo mesmo! Bendita formiguinha, ela só queria me chamar!
Depois, água nos bonsais, pensamento longe, bem longe...enquanto as cores invadem a água que cai lentamente, ai, conversa com beija flor e começa o meu dia.
Márcia Poesia de Sá.