São

São


São sacros
São ralos
São todos
São sábios
São nos bastidores da simplicidade
São no profundo da complexidade


São a Ressurreição e a Vida, o Sal da Terra, a Luz de Deus que nunca falha

São quentes como maribondos
E já fizeram tantas coisas parecidas
Que nem lombriga
Que nem o cabelo da Cida
Que nem tomar formicida

Se cansaram do drama, dizem sem vergonha: acidentes de trânsito e incêndios geram vítimas, conceitos distorcidos só geram voluntários

São tolos quando verbalizam “quem”, que os limita
São sábios ao falar “o que”, pois continua
e assim são contínuos

São repletos como bugigangas
São detentores capacitados ao Mar da Tranqüilidade.

São anjos indo pra onde poucos anjos foram.



(Imagem: Joseph Mallord William Turner, estudo  de um navio numa tempestade,  1826-36. Aquarela sobre papel)



 
Bernard Gontier
Enviado por Bernard Gontier em 17/10/2013
Reeditado em 10/05/2021
Código do texto: T4529359
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