A VOZ...

A cada manhã,

Vai se tornando forte o elo,

O elo dos mesmos gostos...

Os compositores,

Os escritores,

As canções,

As poesias,

A pesquisa confirmada de um sonho...

Tudo num tocante conjunto

De cumplicidade.

O amar brotando com vez

Mas sem voz...

Como explicar?

Como há de se entender...

Está presente,

A saudade diária é testemunha,

A procura do mesmo olhar

O esboço do mesmo sorrir...

No caminhar das horas que se passa

A sede do ver o verso,

A vontade do dizer mais... e mais..

No soneto que já está pronto.

O grito do poema,

Com vez... mas sem voz...

Como explicar?

Medo de quebrar o encanto?

Ou a comodidade da espera da hora

Que deve estar escrita, e deverá se cumprir:

Chegará lentamente?

Ou explodirá de repente?

Num dia corrido de agenda cheia,

Ou na doce paz de um domingo branco?

E então chegada a hora,

Da garganta sairá a voz,

Cumprindo a profecia

Confirmando todo bem-querer do amor

Antes já dito...

Sacramentando:

A vez... o verso... a voz.

Geraldo Rolim
Enviado por Geraldo Rolim em 16/10/2013
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