A VOZ...
A cada manhã,
Vai se tornando forte o elo,
O elo dos mesmos gostos...
Os compositores,
Os escritores,
As canções,
As poesias,
A pesquisa confirmada de um sonho...
Tudo num tocante conjunto
De cumplicidade.
O amar brotando com vez
Mas sem voz...
Como explicar?
Como há de se entender...
Está presente,
A saudade diária é testemunha,
A procura do mesmo olhar
O esboço do mesmo sorrir...
No caminhar das horas que se passa
A sede do ver o verso,
A vontade do dizer mais... e mais..
No soneto que já está pronto.
O grito do poema,
Com vez... mas sem voz...
Como explicar?
Medo de quebrar o encanto?
Ou a comodidade da espera da hora
Que deve estar escrita, e deverá se cumprir:
Chegará lentamente?
Ou explodirá de repente?
Num dia corrido de agenda cheia,
Ou na doce paz de um domingo branco?
E então chegada a hora,
Da garganta sairá a voz,
Cumprindo a profecia
Confirmando todo bem-querer do amor
Antes já dito...
Sacramentando:
A vez... o verso... a voz.