PEDAÇOS...
Ao rasgar a tua foto eu tive medo,
Por entre os dedos, o fim,
No chão a se espalhar,
O vento ao levar, levou parte de mim...
Então, senti um rasgar no peito,
Desta vez sem toque, gelo,
O frio do desespero,
A sangrar meu coração, sofri...
Descobrindo de dura forma,
Que o tempo arrasta, devora.
Não há que perdê-lo,
Ou procurar detê-lo,
Ou resisti-lo sobre mim...
Em compadecido gesto,
Do teu retrato juntei os restos,
Juntando a mim mesmo,
Pedaços à esmo,
Em algum lugar não ermo,
Para poder revê-lo,
Mesmo que em pedaços esteja,
Mas que meu olhar ainda veja,
E minhas mãos possam me unir.