a oração
traz feições contraídas
remexidas pela vida
na descida íngreme
da trilha do ser
apercebe vazios
os rios de tristezas
incertezas e só
ó, cantar  a fé
é o que é
não adianta
Santa, sou como sou
vou e voo
neste enjoo de vida vulgar
a pensar no que não sou
dou, peço e imploro
choro pra ser abençoada
afortunada no jeito de viver
conviver com o peso do peito
e trejeitos dos murmúrios
puros e murmurantes de perdão
do coração que bate a me acusar
a entornar a cabeça
peça louca infeliz
diz: - pare antes que ensurdeça
de joelhos
me aconselho com estrelas
elas brilham nos confins
acalmam
tocam
ignoram o choro e a dor
defloram a alma.

(14 de abril de 2007)

 
Soninha Porto Flor
Enviado por Soninha Porto Flor em 16/04/2007
Reeditado em 10/05/2020
Código do texto: T452010
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