Inspirado em "Caminhos paralelos"
Arana do cerrado


Caminho do Sol


Silêncios vão macerando versos feito vinho em tonel, depois de plantados no solo ardente da poesia e pisoteados por línguas febris nos pés do encanto. Ao som da orquestra de cigarras, emudeço. Meus olhos nos olhos da sinfonia, cega. Enxerga mais que ouvidos surdos e mudo fico de paixão. Mar de letras vaza pelas beiras do papel, bate feito onda nas pedras e o sumo dos gomos grita, fazendo sexo ao luar, ao som do vento. Sonhos são caminhos paralelos que acordam ao despertar...Sonho acordado, seguindo o caminho do Sol. Quase levito. Plaino sobre rodas, carrinho de rolimã. A cigarra canta livre e a borboleta pousada nas intermináveis horas, está prestes a desfalecer. O mundo gira feito Roda Gigante, numa elegância que transborda a própria natureza. Ser esquecimento, antes que a insanidade nos possua. Grão, sou as vezes, mas Gigante por natureza. A beleza fica por conta dos olhos que me vêem, enquanto minto que sou pedra, areia e vento. Ninguém se esconde atrás de rochas por muito tempo.

Tony Bahi@.
Tony Bahia
Enviado por Tony Bahia em 10/10/2013
Reeditado em 10/10/2013
Código do texto: T4519201
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