breve reflexão sobre DISTRAÇÃO

"Não quero lhe falar das coisas que aprendi nos discos, quero lhe contar como eu vivi e tudo o que aconteceu comigo."

Quero falar para vocês sobre DISTRAÇÃO. A distração está na raiz de todos os males e nós buscamos por ela a todo o momento mesmo sabendo que podemos até perder a vida se estivermos muito distraídos. Pensem no goleiro na hora de defender o pênalti. Ele está atento, concentrado e acredita que está pronto para fazer a defesa que vai levar o time e a torcida até a vitória. No entanto, o mesmo nível de atenção ele não pratica durante todo o jogo, e por muitas razões. Durante o jogo acontecem muitas coisas no campo que exigem concentração continuada e atenção continuada é uma coisa que cansa muito a cabeça da gente... nesse momento se uma falta é cometida o jogo para e em torno uma confusão é oportunidade para distrair e descansar a cabeça nem que seja por um instante. A torcida se manifesta eufórica e essa alegria desmedida pode contagiar o goleiro de uma forma que ele se distraia da sua real capacidade de enfrentamento na hora do gol. O sorriso de uma jovem linda que aparece no telão de alta resolução pode distrair, também, a atenção do goleiro num átimo de segundo, um instante que, na duração da imagem captada na mente, gera um filme das recordações que ele trás consigo, e as sensações podem retornar porque estão carregadas de memória afetiva despertadas pela distração provocada por aquele sorriso em especial – justamente por ser um momento de tensão. E aí temos: um goleiro distraído em pleno jogo. E quais as consequências da distração? Distrair nossa mente, descansar o corpo enquanto a mente descansa é saudável e necessário, é um prazer quando a alma está sóbria o suficiente para discernir que jogo se joga, as regras e as consequências das escolhas tomadas. Estar distraído é como deixar a porta da nossa casa aberta durante o tempo que estamos de viagem, eventualmente um ladrão pode se aproveitar e invadir roubando de nós o que julgávamos ser mais valioso. Assim é que pensamos a distração: o risco que se corre em viver - nem sempre estamos preparados, nem sempre é conveniente.

“Minha dor é perceber que, apesar de termos feito tudo, tudo, tudo o que fizemos, ainda somos os mesmos e vivemos - ainda somos e vivemos - COMO NOSSOS PAIS.”

*

*

Baltazar Gonçalves

Baltazar Gonçalves
Enviado por Baltazar Gonçalves em 09/10/2013
Reeditado em 09/05/2019
Código do texto: T4517750
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.