Teses sobre um homicídio
Sentada no local do crime, percebo o temor da lógica desafiando os livros jurídicos irrequietos.
A guerra de vaidade entre o mestre e o aprendiz cria teorias complexas que assusta meros conhecimentos medianos.
O corpo da jovem estirado ao chão poderia deduzir hipóteses de um mal fadado romance, a mais terrível atitude do desamor, como também de uma frieza sórdida no querer ganhar dinheiro fácil tirando a vida de outrem.
Borboletas até podem morrer todos os dias, e tal fato justifica a ausência dos teus pousos em outros jardins, dos teus coloridos sobrepondo as cúmplices flores, da sua metamorfose materializada naquele corpo estirado ao chão traduzido em mera semiótica cravada no pescoço da vítima.
O sangue derramado no chão, as luvas jogadas ao teu lado, reflete a ausência de sinais de luta, evidencia a crueldade do ofensor, retira da vítima suas chances de defesa, coloca o doutorando na cena do crime.
Sem marcas, sem digitais, sem álibi, sem vida e a jovem desfalecida ao chão passeia no universo das ideias dos muitos curiosos que velam teu corpo.
Um cadáver tão próximo, uma história de um crime tão envolvente bem ali na frente da Faculdade, fazendo as teorias gritarem aos livros para se esbarrarem na prova material ali exposta.
Desafio interessante, diria instigante, analisar na superfície teses e antíteses de autoria movida pela obsessão de se qualificar suas premissas em uma ânsia desesperada de se forjar uma resposta.
Prática, realidade, cansaço, estudos, empirismos, silogismos, deduções prosaicas, e aquele corpo outrora enterrado, continua a ser fonte inesgotável de hipóteses.
Enquanto isso, fecho meu livro, vou a um café mais próximo e saboreio umas empanadas,volto para casa diferente,rendida à aquela história cruel ao ponto de deixar digladiar minhas ideias fixas com o meu sensato juízo de valor.
______________________________________________
“No creo en brujas, pero que las hay, las hay”.
Filme: Teses sobre um Homícidio
http://www.youtube.com/watch?v=kOhFYEiJn2g
Sentada no local do crime, percebo o temor da lógica desafiando os livros jurídicos irrequietos.
A guerra de vaidade entre o mestre e o aprendiz cria teorias complexas que assusta meros conhecimentos medianos.
O corpo da jovem estirado ao chão poderia deduzir hipóteses de um mal fadado romance, a mais terrível atitude do desamor, como também de uma frieza sórdida no querer ganhar dinheiro fácil tirando a vida de outrem.
Borboletas até podem morrer todos os dias, e tal fato justifica a ausência dos teus pousos em outros jardins, dos teus coloridos sobrepondo as cúmplices flores, da sua metamorfose materializada naquele corpo estirado ao chão traduzido em mera semiótica cravada no pescoço da vítima.
O sangue derramado no chão, as luvas jogadas ao teu lado, reflete a ausência de sinais de luta, evidencia a crueldade do ofensor, retira da vítima suas chances de defesa, coloca o doutorando na cena do crime.
Sem marcas, sem digitais, sem álibi, sem vida e a jovem desfalecida ao chão passeia no universo das ideias dos muitos curiosos que velam teu corpo.
Um cadáver tão próximo, uma história de um crime tão envolvente bem ali na frente da Faculdade, fazendo as teorias gritarem aos livros para se esbarrarem na prova material ali exposta.
Desafio interessante, diria instigante, analisar na superfície teses e antíteses de autoria movida pela obsessão de se qualificar suas premissas em uma ânsia desesperada de se forjar uma resposta.
Prática, realidade, cansaço, estudos, empirismos, silogismos, deduções prosaicas, e aquele corpo outrora enterrado, continua a ser fonte inesgotável de hipóteses.
Enquanto isso, fecho meu livro, vou a um café mais próximo e saboreio umas empanadas,volto para casa diferente,rendida à aquela história cruel ao ponto de deixar digladiar minhas ideias fixas com o meu sensato juízo de valor.
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“No creo en brujas, pero que las hay, las hay”.
Filme: Teses sobre um Homícidio
http://www.youtube.com/watch?v=kOhFYEiJn2g