Inverno d'alma
E ele chegara subitamente.
Não houve lágrimas, de repente.
A primavera parecia tão quente.
Mas um coração partiu para sempre.
A brisa cessou em um grito silencioso
Até o limiar da consciência, algo quebrara.
A vida mais uma vez a engolia, devastadora.
Como a ampulheta que, implacável, se esvaia.
Os sonhos vazios jamais realizados.
Estava devastada(Antes fosse uma ilusão),
Era como sangrar
Uma cicatriz que não se fechava.
O algoz: aquela visão dolorida
Outubro e o pouco calor a confortavam daquela dor (lascinante)
Porém a triste chuva que batia à janela
A fazia recordar, a fazia remoer.
Dera seu amor a um fantasma.
E escreveu uma última vez.
Sobre o que a marcou com chaga de morte pela insensatez...
Estivera cansada buscando em que inverno d'alma
Aquele coração iria parar de chorar.