Mar do destino

Via rostos no vendaval do tempo, um após o outro surgia em meio à explosões dos instantes e logo após se solubilizavam em partículas no vento.

O navio se distanciava da orla da praia como uma promessa que se destina ao nada, deixando para trás as figuras embotadas e apagadas das pessoas que acenavam com a esperança de quem acena em direção ao que não se sabe. O desconhecido entrelaçava em raízes duras de um único momento os destinos dos que acenavam e do navio, para em um próximo momento desatar em espasmos de despedida o destino de cada um, o navio seguindo adiante inexorável e confiante rumo ao futuro, e as pessoas que nunca mais se veriam novamente se apagando em meio à névoas na orla branca e triste da praia...

Danilo Rodrigues
Enviado por Danilo Rodrigues em 04/10/2013
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