Solidão das luzes
A noite cai sobre nós
Mantenho as luzes internas apagadas
Não há motivos para iluminar-me
Na luz, apenas a vergonha prevalece
Ando como cego
Mesmo na escuridão, reconheço os meus pontos fracos
E com eles caminho até a janela
Tento jogar-me, mas há grades
Tento jogar então os pontos fracos
Não se vão, flutuam como pequenas plumas e retornam para dentro
Não há como mudar isso
Tenho o dom para maldizência
Tenho o defeito de arrogar-me
Tenho o defeito da inexatidão
Sou plasma com a definição que tu me deste hoje...
Qualidade peculiar de manter os outros insatisfeitos comigo...
Olho a janela que se abre com a solidão das luzes das ruas
Incontáveis, imemoráveis, solitárias, insignificantes, iluminam o caminho noturno de quem precisa passar, mas nunca a agradecem por estar lá, apenas devem estar lá, porque precisam que estejam lá...
Estarei esta noite vigiando a solidão das luzes
Serei companhia por este momento...