SEMPRE UMA
FICA...
No ápice de tua
desenvoltura pagã,
há um breve
e profundo silenciar
da tua intimidade
com este meu mundo.
Folhas caem
aleatóriamente nesta
tarde
em que cruzando as
céspedes celestes
percebo teu ser como
um sono aprofundado.
Em meus sonhos...sonho
pontes abstratas
moldadas entre nuvens
horizontinas,
porque você sabe bem
até onde posso chegar.
Sim...você sabe...até
do instintivo borboletear
que me acorda
para um límpido eco
de tua voz que em meu
sono é eclipsado.
Aldrávias, trovas, e todas
as alcovas...
estertorando meus anseios
de luz
que de teus olhos nos meus
incidem.
Ah..essas roupagens que
o tempo cambia
e ficam como que
dependuradas no tempo,
que indiferente... a saudade
logo forte agarra.
Você mulher tempo...
com teu voo circular
rodeando meus sentidos...
vontades invertidas
que agora,
despido de excelsas
maneiras
num só dizer te digo...
quase parodiando:
As borboletas vão e vêm...
Mas sempre uma fica.
Cássio Seagull
Em 04-10-13 SP