ABANDONO

O vazio rebelou-se em vida,

E no espaço que permeava

Da matéria surgiu o oco...

Cobriram-lhe de solidão

Como um móvel escamoteado

Por aquele lençol branco...

Driblaram-lhe a poeira

Acobertando-o de ausências...

E a vida assim, revelou-se!

E ele que nasceu tosco,

Viveu torto,

Acabou-se,

Muito embora ainda com vida,

Já morto.