ALÉM DA JANELA...
A janela aberta,
Ofusca minha retina.
Sinto os olhos da rua sobre mim...
Um olhar que me despe...
Um vento gelado arrepia os poros,
Me movo, ou sou movido...
Sinto de novo os olhos sobre mim.
São muitos e multiplicam-se,
Que pretendem?
-Querem roubar meu sonho.
Eu sei que estão do outro lado,
Ouço gritos e vejo o concreto...
Se misturam numa só fusão,
Não defino o sexo
Mas sei que não são anjos...
Querem roubar o meu sonho...
Consigo levantar,
Fecho a janela...
Quero voltar a sonhar
Já não ouço os gritos...
A paz retomada agora é silencio...
Deixo que o sonho me leve,
Voando num frenético desejo
Buscando... buscando...
O além muito além da janela.