Estradas

Se chove,

ponho meus óculos de leitura e abro o livro

de contos do Jorge Luis Borges.

E é como pegar uma moto

e cair na estrada rumo a Patagônia.

Ah! Mas, se o dia é de sol, ponho meus óculos de sol,

monto na minha bicicleta azul

e pedalo horas, pelas ruas e campos de Santa Rita.

E é como abrir um livro sobre minha infância.

Percorro estas ruas tão cheias de histórias e de sonhos.

Ali foi onde...

Lá depois da curva da estrada foi que..

Este era o caminho da escola... Quanto tempo!

Ah! As nossas sombras de mãos dadas.

Adoro quando termina o asfalto e eu passo pelos caminhos por onde andava atrás de passarinho, Pindaíba, Gabiroba;

A! A lagoa onde aprendi a nadar, parece tão pequena agora.

Saúdo todos que passam, mesmo sem conhecê-los, porque é como se eu os conhecesse.

Um por um vou me Lembrando dos nomes dos velhos companheiros e me pergunto,

onde andarão?

É como se generosamente,

alguém dentro de mim,

fosse lendo em voz alta;

Histórias sobre tempos

tão gentis.