Uma Noite Reveladora
Caminhando pela trilha que, a cada passo, formava-se sob meus pés, detive-me por um momento; estava frio e vi um bosque de que a luz há muito tempo se esqueceu. E agora?! Seria prudente seguir por ali?
No entanto, eu havia decidido não retroceder; sequer olharia para trás. Avancei resoluto, exercendo um grande rigor sobre mim mesmo. Andei solitário por aquela floresta tenebrosa. Minha solidão era levemente perturbada por sombras espectrais que me rodeavam, mas aprendi, com o tempo, a não fazer caso delas.
De repente, ouvi uma doce voz, a tua voz deliciosa, semelhante à uma melodia celestial. Porém, eu não te via, até perceber que, logo adiante, a suave luz do luar resplandecia e o bosque terminava.
Então, no alto da colina eu te vi, minha querida. Tua presença trouxe ao meu coração um bálsamo que, há anos, eu não experimentava e tua voz, como verbo maravilhoso, anunciou a esperança de um amanhecer que eu já não esperava contemplar...