Purificação

No antro de nossas incertezas,

movemos as nossas fraquezas.

Mudamos a sintonia de tudo,

levamos na sinfonia do mundo.

Cantamos na voz que clareia,

traçamos a nossa teia.

Lançamos o que está ruim para fora,

fugimos lá de onde ele mora.

Tecemos o traço da vida,

quebramos a dor da ferida.

De mundo em mundo passamos,

e vamos nos purificando.

Fazendo valer a pureza,

matando a nossa tristeza.

Querendo um mundo mais leve,

vendo quem de nós se atreve,

purificar o que temos de breve,

naquilo que não se escreve.

Pesamos as dores do mundo,

mudamos pra bem lá no fundo,

fazer valer a pena,

sem o que nos condena,

dizer que estamos no muro,

tentando fugir do escuro,

e de tudo que nos envenena,

pra ter mais clara a cena,

de nosso viver,

sem ser,

nem por isso condenados.