SONHOS (BVIW)
Não se se ainda creio em sonhos. A imagem linda que sonhei se esvaiu pelo caminho, encoberta pela poeira que me feria os olhos e ressecava minhas ilusões. Restaram-me apenas os sonhos distorcidos do descanso corporal noturno que, escassos, me dão uma visão irreal e abstrata e me fazem querer dormir pera neles estar. Não sei se os sonhos se perdem ou se, iludidos, criamos algo infinitamente maior e melhor do que é a realidade, que nos atropela e nos leva de roldão. Talvez sonhos sejam inerentes à juventude e sejam eles que impulsionam a intrepidez dessa fase irreverente da vida. Não tenho mais a intrepidez da juventude e perdidas estão minhas ilusões. Tenho direito de sonhar ainda mas, aliado a eles, vem a desesperança que, no fiel da balança, sempre vence. Mas, apesar de tudo, eu sonho ainda... Contradição?