A DISTÂNCIA E A SAUDADE.

 

 

 

 

Minha Linda, hoje, o tempo se arrasta e passa diferente sem a tua querida presença.

As coisas grandes que eu tenho para te oferecer, elas se tornam pequenas, pálidas e sem nenhuma expressão.

Pelo menos é nesse instante que eu sinto o tamanho do meu amor por ti.

Mas, eu sei que não é possível medir essa singularidade do amor, entretanto, posso aferi-lo com a minha alma.

Hoje eu estou triste, não sei se é porque chove e faz frio, ou, é porque eu sinto essa distância que cismou em se estabelecer entre nós.

É verdade, até os passarinhos estão solitários e tristes, talvez eles também sintam saudades de ti, ou, eu os influencio com a minha dor.

Enfim, tudo se resume sem aquela expressão natural e linda, assim como te descrevia as minhas manhãs e os meus crepúsculos da cor da brasa.

Agora para mim o mar é uma gota, o vento é apenas um sopro e, as flores, são teimosas sombras entristecidas no meu jardim.

Acredito apenas que os teus lábios permanecem como rubras rosas, entretanto, nessa minha dor de exílio, lamento porque eles se mantêm longe dos meus.

Eu que tanto os queria agora para afastar essa saudade, porque para mim, eles sempre foram lenitivos sagrados e lúbricos.

Ah, se eu pudesse me lançar em teus braços agora, esse mesmo mar, uma gota, eu o transformaria num oceano de amor.

Se me fosse possível esse momento, o vento, esse sopro, eu transformaria numa suave brisa para desalinhar os teus lindos cabelos de luzes.

Perdoa-me, ó amada, por sentir essa saudade de ti e não sabê-la conter, mas essa dor não localizada é provocada por essa obstinada distância, esse tônico amargo que tenho de beber todos os dias.

E assim, por um instante fico parado e contemplo a tua fotografia admirando a tua beleza, e aí, eu me conformo por saber-te minha.

Beijos!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 15/04/2007
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