Versos Rebeldes
Meus versos têm sido minha embriaguez,
Se estou feliz, os faço, e se estou triste também,
Não sou o tipo de pessoa que só produz
Quando lhe convém.
As palavras saem do peito e alvejam a tela,
Parecem ter vida própria, só delas.
Os versos não me pertencem, apenas detenho
sobre eles uma espécie de tutela.
Há dias em que estão serenos e mansos como cordeiros
Já em outros sinto que são indomáveis como bisões em manada furiosa
Nunca sei como estarão hoje esses versos desordeiros...
Sensação curiosa essa do verso e da prosa,
São independentes, e minha interseção
é apenas incidental, já que eles são tão caprichosos...
Penso em domá-los, mas são eles que me domam,
Me tomam de uma vez, esses versos folgados
Minha liberdade é aleatória e limitada a esse jogo de dados...
Sou uma artesã da poesia,
Não que eu escreva com maestria,
Mas minhas mãos estão a seu serviço,
E eu sonsamente, permito.