É fato que quando estás comigo ou a duas horas de mim, eu mergulho de igual forma na minha solidão, porque é em seus meandros que costumo encontrar aquele "Eu" de quem tanto falo até demais. Solidão, no meu intimista filosófico entender, tem muito pouco a ver com "estar sozinho". Sintomaticamente, é precisamente quando estás fora do meu alcance que o alcance ao âmago da minha solidão se apresenta mais problemático! Eu preciso de flutuar nesse escondido e estranho mundo do meu mundo interior, para me encontrar na minha total plenitude, tentar escrever coisas de amor, ou de azedume, ou besteiras sem nexo, ou de alegria, nunca de desamor. Paradoxalmente, a tua companhia é minha aliada, mesmo nos momentos de isolamento dentro do meu casulo. Porque tão bem conheces os acessos ao meu casulo, sei-me seguro que nele entrarás em meu socorro sem que eu precise gritar.
Entristeço, quando não estás. Pelo dito acima e, bem entendido, por tudo o resto que tomaria várias páginas para ser descrito! Declaro, pois, por meio desta mukanda, a minha completa dependência de ti!
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Os dias vão se escoando, o meu peito palpitante...
É uma sombra do que era, este meu velho coração!
Ele bate tão fraquinho e arritmado se estás distante...
foram-se os tempos de bater altivo e arrogante;
Que coração dependente é este meu velho coração!