ENQUANTO À MIM, NÃO VIER A DESISTÊNCIA de: Osmarosman Aedo
Os dias correm
Como trens em trilhos de gratidão
Levando consigo sem que haja sequer
Uma olhadinha para trás, meu tempo...
Tempo que calcula a distância entre meu ontem e meu amanhã
Controlando o quanto falta para que chegue a lugar nenhum.
Temo não ter quem me dê a mão
Em auxílio às dificuldades que já me acometem desequilíbrios emocionais
Quando em escadas sem corrimão
E em banheiros improvisados em momentos de extrema necessidade;
Temo reconhecer
Que não há reciclagens para rugas, nem reparos para os detalhes
Que mantiveram meu corpo ereto até agora;
Temo recorrer ao passado
E me encontrar sentenciado lembrar, de tudo como foi
E do quão negligenciei minha estada neste planeta;
Temo me rebelar contra
E me debater, ao encarar as vozes da razão
Num coral em uníssono repetindo: VOCÊ TEVE SUA OPORTUNIDADE !!
Temo me decepcionar com um novo encontro
E ter de adaptar-me ao que for oferecido
Sem a mínima possibilidade de voltar ao arbítrio livre, da escolha;
Temo despertar
E não querer aceitar que não dormi enquanto sonhava
E que a realidade é a suspeita numero zero
De minhas queixas d’agora.
Nada impede que os dias ameacem minha permanência
Nem que de mim, exibam exemplos de como sobrevivi sem ser herói
A tantos caos, sem que preciso fosse
Alterar ou transformar ou até recriar, meu protótipo.
Temo que as histórias ( pós vovozadas )
Quais serão eternizadas por tantos MEUS e ERA UMA VEZ,
Percam-se nos faz-de-conta que um dia ( sem ser esses, quais, falo )
Me deram outras histórias que me fizeram dúvida;
Temo não ter mais ninguém que se encante
Com o que em mim, foi o melhor que pude semear:
SENTIMENTOS ILIMITADOS
ROMANTISMO EXAGERADO;
Temo por respostas
Cujas perguntas não coincidam com o valor real dos fatos
Quais me fizeram protagonista desta película em que fui envolvido
Quando do “sopro”, me dei um nome.
Temo ter de retornar. . .
Como seria se assim, pudesse ser?