NÃO ME PERCO QUANDO O DIA VIRA NOITE de: Osmarosman Aedo
Um pássaro canta solitário na copa de uma árvore idem
Numa praça de folhas outonais com casuais pegadas de transeuntes,
Enquanto que na sua margem onde asfalto e verão se estranham,
Carros e pessoas parecem não se entenderem entre espaço e ousadia
Silenciando com muito barulho o pássaro ávido, sem nada entender,
Do porquê de seu território ter sido invadido por humanos tão sem noção.
Um avião desloca-se veloz ariscando uma manobra
Que ao longe, mais parece medo de retomar sua rota,
Deixando para trás olhares temerosos e questionadores,
Pois em terra firme qualquer movimento estranho no ar
Faz o poder da criatividade surpreender até os céticos móveis.
Mais adiante ( já fruto da imaginação de um poeta ),
Um animal em escala predominante 4 patas
Enfrenta também silencioso os tangidos agressivos
Que o faz assustado ir em direção a rodovia
Fazendo-se ignorar por outros animais em escala decadente 2 patas
Quais submetidos às vantagens ( falar e escrever ( as vezes ) )
Bem que poderiam auxiliá-lo recuperar também a sua rota.
Agora
Um silêncio ensurdecedor, distrai a atenção do barulho por alguns segundos
E cai em desgraça quando o pássaro ( não mais solitário )
Canta todos os cantos que lembra
Fazendo com que seu bando ( agora em coro )
Recria o que deveria ser desde o começo: UM CLIMA DE FLORESTA....
Sem avião, sem olhares, sem pessoas muito menos o ronco dos autos
O entardecer aconchega-se à copa ( antes árvore de um só pássaro )
E adormece o dia, encantando as luzes os faróis e os vaga-lumes
Dignificarem a noite: DAMA DOS CASAIS, DEUSA DAS INSPIRAÇÕES.
Entra em cena por sob aplausos efusivos: OS GRILOS.