DE PAIS, PÃO E SACRIFÍCIOS
A vassoura de guanxuma (*) levanta poeira no chão batido da velha cozinha e evoca memórias. Parcas panelas borbulhavam no fogão
e esse talvez fosse o único momento em que lágrima e vapor se misturavam, pois se ouvia o choro baixinho e o chiado de chaleira fervendo, a remoer a dureza dos dias. Aromas deliciosos impregnavam o ar, e o Amor era sempre o tempero secreto, dia após dia. Num olhar, igualmente líquido e inocente, Jesus sentava-se à humilde mesa, guiando as mãos bondosas, na árdua tarefa da divisão do pão. Depois de operar o milagre, o sorriso de felicidade ante a satisfação de todos. Corações transbordavam, agradecidos pelo gesto de Amor. Porém, desconheciam a grandiosidade do gesto, pois no quarto principal, estômagos vazios impediam o sono.
Helena da Rosa
(*) Guanxuma : Descrição:
Planta anual ou perene, subarbustiva, ereta, medindo 30 a 80 cm de altura. Tem sistema radicular muito profundo, sendo difícil de arrancar.[2]
Os seus ramos são usados em toda a área rural para a confecção de vassouras para varrer o pátio. É conhecida pela tenacidade de sua madeira, que serve como matéria prima para a fabricação de palitos.[2]
Para alvejar panos, devem colocar-se raízes de guanxuma na água onde são fervidos.[2]
As folhas novas são excelente forragem para cavalos, ovelhas e porcos.[1], além de ser usada como remédio.