CAMINHO
Ando pela rua.
Pessoas se cruzam.
São frias, são frágeis,
São muros, são ilhas.
E seguem sem rumo,
Mendigam alento,
Procuram por algo
Que nunca terão.
Olho ao redor
E vejo uma rosa.
Somente eu contemplo,
Ninguém mais percebe,
Está lá, sem graça
E sem importância.
Tornou-se uma sombra
Na selva de pedra.
E um homem vagueia
Em seu mundo moderno
Lamentando o futuro,
Suspirando o passado
O seu coração
É um bloco cinzento,
Calado, ferido
Soturno e deserto.
Esperando por dias
Que nunca virão,
Lutando por algo
Que nunca foi seu.
E então chega a morte,
Juíza suprema,
E lhe dá o Juízo
E o refúgio final.