Os deem chances
O que há com aquela doce criança, que agora chora?
Talvez tristeza por ter perdido a mãe, ou a distinta fome
do berço da dor.
Por onde anda a riqueza deste país?
Desmatadas, para que sejam feitas portas para
àqueles que têm lar.
Derramadas, para lavar o luxo que não tem cede.
Nos cegaram com a ditadura da ignorância e, enquanto
discutimos religião, futebol e novelas, o buraco se estreita
afogando mais vidas.
Arrancando sorrisos para arrecadar dor e
plantando luxúrias para prorrogar desejos obscuros
de seres desvirtuados pelo poder.
Sinto a vergonha que todos deveriam ter,
minhas lágrimas não são de salvação, mas de libertação!
Libertem-se, não os deixem nos afogar;
Não os deem chances.
O mal agora é mais forte, por que roubaram nossas
mentes e as plantaram junto com as nossas covas.
Mas ainda não a preenchemos, nós temos chances.
Podemos formar uma só religião, que tal: Respeito?
Nos respeitemos, para que enxergar o próximo não
seja obrigação, apenas ser humano.
E enquanto as lágrimas, jamais matarão a cede
daqueles que precisam, não basta chorar,
estenda as mãos, essa poderá enxugar lágrimas
e distribuir esperança.