Dique

De que vale o açude manso em que minha canoa vinha pacificamente navegando

Se há um dique

De que valem tantas cachoeiras encarpeladas em meu peito,

terrenos revolvidos no meu ser,

Curvas, pedras a desviar,

Se há uma eclusa,

De que valem escusas

No momento em que tudo o que menos preciso é represar meu sentimento

Corre então o córrego através dos meus olhos já que meu coração só conhece as águas fluentes...

Renascentes... nos vales... esses valem...

Nilza Freire