Carta a uma poetisa triste.
A vida, assim como te deu alegrias, veio com os golpes que certamente estavam preparados para ti.
O que restou? Somente um adeus...
Não esconde teu pranto. Chora. Não entendes "o pouco tarde"? O sentimento teria que ser mais forte? Só querias um pouco de felicidade? Não te foi dada a chance argumentar? Simplesmente chegou a despedida e uma promessa de visita à tua poesia... Virá ver-te entre tuas rimas, é isso? Resolveu o que o angustiava. Pensou em ti? Um agradecimento que não preenche teus momentos, nem afasta tua saudade.
Teus sonhos e anseios ficam...Nada te impede o sonho. Como amas alguém sem rosto? Sem endereço? Mas amas, como amas... Foi encontro em outras vidas? Terás de esperar vidas futuras para novo encontro?
Nada conforma a tua tristeza... nada impedirá a saudade e a esperança de que repense e volte um dia a te chamar. Sempre que alguma mensagem, ou mesmo uma poesia tua, fizer com que penses chegar perto, ainda que através do teu pensamento, mesmo que temas que não te escute, envia-lhe através da brisa, de alguma nuvem ou deixa cair em orvalho... mas envia sempre.
Explica-se esse teu amor? E amor precisa de explicações? Quem sabe um anjo o guie novamente para ti um dia?
Tu o amas! Verdadeiramente o amas... Não o esqueces e não queres ser esquecida. Sentes aí dentro, no melhor de ti, no teu agitado coração de onde não vais tirá-lo, na tua alma que adquiriu luz com o seu carinho, que respiras por ele.
Ficará contigo. Não tenhas dúvida disso. Aí dentro, no melhor de ti. Sempre.
Se achar que mereces, talvez volte um dia...