Daquilo tudo que se foi
Foi-se o tempo em que essas palavras se queriam poemas. E a poesia é um eco distante neste silêncio medonho. Foi-se o tempo em que a poesia vinha com qualquer brisa leve. Hoje nem com vendaval.
Foi-se o domingo e com ele a ilusão daquele sonho impossível, e lindo. E a tarde se vai, logo mais cai a noite trazendo com ela o silêncio e a solidão, a tristeza como um açoite para me lembrar que a vida é como um domingo que se vai.
Por que, amor? Por que não amor? Amor para quê? Eu devia estar contente...
Ainda bem que não fui aonde meus passos queriam me levar, porque senão teria que ficar. Ou talvez sonhar com outro lugar de onde eu possa nunca mais voltar.
Todas as imagens que vi passam agora pelos meus olhos. Tenho saudades de ver, sinto falta de olhar para onde ninguém mais olha. Mas eu olho e não sei onde está quem sou.
Porque não estou.
Porque não sou.
Porque não vou.
Porque não voo.
Porque não sei...
“Eu quero morrer!” Essa frase soa como um conforto que não tenho e não quero. Porque minha maldição é viver. Viver e ter de matar tanta coisa em mim. Ou deixar ali para seguir em paz. Deixar ali e não olhar para trás. Deixar ali e não pensar nunca mais.
Experimentar uma dor que sempre nasce de algum silêncio.
E não falar de um amor que sempre morre em algum esquecimento.
Vai ler tudo? Então vou dizer. Agora sou eu no meio de meus devaneios falando com você. O que eu agora chamo de poesia não me serve mais para nada. Nem para recado. A poesia em mim nada toca, nada atinge, nada envolve. A poesia em mim nada em caos de já não ser mais. A poesia em mim confunde o que é e o que não é, ignora o que deve ser, espera o que nunca vai acontecer. A poesia em mim é um desfalecer.
Eu amarro a cara, levanto a cabeça e vou em frente como quem parte para a batalha (ou talvez para uma pequena briga...). E faço e refaço essa cena para que eu mesmo pense que está tudo bem. E faço tão bem que chego a acreditar na cena que fiz na qual está tudo bem. E o que está bem é justamente o que não me deixa estar bem.
Depois limpo a cara, tiro a máscara, dispo a mentira de ser forte e choro sozinho...
Há em tudo um desperdício inacreditável. E inaceitável. E a consciência disso é o que mais me tortura. Não é a espera nem a procura. É a perda daquilo que nem existiu ainda. Não é a falta que o amor faz, o que me angustia é a inexistência dele. A insignificância dele é o que me atordoa. A sua falta de importância. O que mais para o amor? Centenas de poemas que ninguém quer ler, o absurdo perdido em meio a tantas palavras escritas.
Não posso mais com isso. Não posso mais cultivar a flor que logo mais terei que matar. Não posso nem quero mais. Só que não sou dono nem do que sinto, nem do que penso. Não sou dono nem do que penso que sinto nem do que sinto que sei... E na verdade não sei.
Talvez haja um destino em alguma parte escrito. Eu cumpro o desatino de desfazer qualquer ideia de destino. E tudo é essa pobre ideia de momento que mal se encaixa na nossa ideia de tempo.
Acho que metade de tudo é só pensamento. Eu é que pensava que não era. Acho que a outra metade de tudo é só esquecimento. Eu é que esqueci que era.
Foi-se o tempo em que essas palavras se queriam poemas. E a poesia é um eco distante neste silêncio medonho. Foi-se o tempo em que a poesia vinha com qualquer brisa leve. Hoje nem com vendaval.
Foi-se o domingo e com ele a ilusão daquele sonho impossível, e lindo. E a tarde se vai, logo mais cai a noite trazendo com ela o silêncio e a solidão, a tristeza como um açoite para me lembrar que a vida é como um domingo que se vai.
Por que, amor? Por que não amor? Amor para quê? Eu devia estar contente...
Ainda bem que não fui aonde meus passos queriam me levar, porque senão teria que ficar. Ou talvez sonhar com outro lugar de onde eu possa nunca mais voltar.
Todas as imagens que vi passam agora pelos meus olhos. Tenho saudades de ver, sinto falta de olhar para onde ninguém mais olha. Mas eu olho e não sei onde está quem sou.
Porque não estou.
Porque não sou.
Porque não vou.
Porque não voo.
Porque não sei...
“Eu quero morrer!” Essa frase soa como um conforto que não tenho e não quero. Porque minha maldição é viver. Viver e ter de matar tanta coisa em mim. Ou deixar ali para seguir em paz. Deixar ali e não olhar para trás. Deixar ali e não pensar nunca mais.
Experimentar uma dor que sempre nasce de algum silêncio.
E não falar de um amor que sempre morre em algum esquecimento.
Vai ler tudo? Então vou dizer. Agora sou eu no meio de meus devaneios falando com você. O que eu agora chamo de poesia não me serve mais para nada. Nem para recado. A poesia em mim nada toca, nada atinge, nada envolve. A poesia em mim nada em caos de já não ser mais. A poesia em mim confunde o que é e o que não é, ignora o que deve ser, espera o que nunca vai acontecer. A poesia em mim é um desfalecer.
Eu amarro a cara, levanto a cabeça e vou em frente como quem parte para a batalha (ou talvez para uma pequena briga...). E faço e refaço essa cena para que eu mesmo pense que está tudo bem. E faço tão bem que chego a acreditar na cena que fiz na qual está tudo bem. E o que está bem é justamente o que não me deixa estar bem.
Depois limpo a cara, tiro a máscara, dispo a mentira de ser forte e choro sozinho...
Há em tudo um desperdício inacreditável. E inaceitável. E a consciência disso é o que mais me tortura. Não é a espera nem a procura. É a perda daquilo que nem existiu ainda. Não é a falta que o amor faz, o que me angustia é a inexistência dele. A insignificância dele é o que me atordoa. A sua falta de importância. O que mais para o amor? Centenas de poemas que ninguém quer ler, o absurdo perdido em meio a tantas palavras escritas.
Não posso mais com isso. Não posso mais cultivar a flor que logo mais terei que matar. Não posso nem quero mais. Só que não sou dono nem do que sinto, nem do que penso. Não sou dono nem do que penso que sinto nem do que sinto que sei... E na verdade não sei.
Talvez haja um destino em alguma parte escrito. Eu cumpro o desatino de desfazer qualquer ideia de destino. E tudo é essa pobre ideia de momento que mal se encaixa na nossa ideia de tempo.
Acho que metade de tudo é só pensamento. Eu é que pensava que não era. Acho que a outra metade de tudo é só esquecimento. Eu é que esqueci que era.