DECORO de: Osmarosman Aedo

As paredes de concreto invisíveis

Que tornam minha visão

Impossível de identificar as imagens, ruíram...

Com elas, todas as possibilidades de me recompor

À tempo de registrar o próximo solstício

Destrilhar-se por entre minha insignificância;

Os véus, como aqueles das tendas nos desertos

Também perderam a transparência

E nuam, miragens guardadas há muito,

Pelos bancos exilados de areia efervescente;

A visibilidade das verdades ( por hora, admoestada pela então pessoal, dúvida )

Foram atingidas emérita e insensivelmente por outras dúvidas

Chacinando palavras inocentes, quais, um pouco menos que ontem

Cortejavam ouvidos confortando de confiança, a certeza.

Aí, perdi o pó que guardava nas mãos por entre os dedos da razão

E muito sentido mesmo, pude ver encarcerados em meus desejos

Sonhos e realizações escoarem-se sem forças suficientes,

Para estagnarem como sangue fossem, outras tantas palavras.

O que fora nômade por certo tempo

Voltou ser estático como manequins de vitrine;

O que pôde desausentar-se antes

Sem a mínima decência de como seria depois

Caminha agora ao léu de algumas perguntas;

Dos desafios e trocas de respostas feitas antes de se tornarem imprórias

Permitem-se neste momento apenas A CULPA...

Depois de ruídas

As paredes edificadas à sentimentos

Ficaram difíceis sustentarem-se por sobre certas perdas.

Descortinadas as miragens ( imagens um dia )

Ficaram difíceis recomporem-se em fileiras perspectivadas

Que facilite a doce modo, a visão não mais confundi-las

Com a banalidade de informações distorcidas.

Não há mais como contemplar o horizonte

Sem que não se perceba lágrimas no entardecer...

Não há mais como ouvir canções que divindaram cumplicidades

Sem a reprovada certeza dos fatos: NÃO SOU QUEM VOCÊ PROCURA.

NÃO SEREI QUEM VOCÊ QUER.

NÃO CONSEGUI CONQUISTAR SUA EXPECTATIVA.

Sinto muito.