SAMUEL

Enquanto cuido do pequeno, sinto, como vindas de um passado próximo, as marcas desse cuidado numa memória inconsciente.

Reconheço minhas mãos como sabedoras convictas daquela função. E não há qualquer julgamento, seja de enfado ou alegria. Somente se manifesta. Permanente. No avançar da corrente sanguínea.

Me indago se tal inclinação seria orgânica, instintiva... espiritual.

Pergunto-me ainda, em busca de elucidação, se esse sopro de saberes práticos, me está sendo oferecido agora, num formato de retorno, por uma época logo ali atrás nessa linha circular do tempo, lá n'outro plano.

Quando seguro pelas mãozinhas o pequeno - ainda pequeno e já tão grande - sabendo-se assim de pé, olha o mundo por diversa perspectiva, e em meio a tanta novidade, já reconhece que é divertido dobrar o joelho caindo de bumbum e gargalhadas.

Numa confusão de emoções do peito aberto do meu coração, sigo redescobrindo algo que, se ainda não vivi, vivo agora novamente.

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