Dei um sinal

Dei um sinal, o ônibus parou.

Entrei , passei a catraca,

Sentei-me no primeiro banco

O motorista sorriu meio acanhado

Não entendi, fui olhando as ruas

Tão diferentes, o centro é longe...

Não pergunto, continuo...

O ônibus não para mais...

Ninguém mais entra.

Nada me atormenta...

O cobrador dá alguns cochilos

E o ônibus continua...

Penso... o centro é longe...

Encostei a cabeça na poltrona,

Acomodei-me e dormi.

Acordei, parecia que onibus flutuava...

Das janelas pude ver uma cor azul.

Assustei. Será que estou no céu?

Cadê o motorista?

Cadê o cobrador?

Houvi algumas batidas...

Pensei são eles querendo entrar...

Meio atormentada tentei abrir a porta

Nada se abre, não via ninguém...

Andei de um lado para o outro

Só ouvi meus passos

Olhei a horas, eram vinte duas

Que mancada! tive uma idéia

Mandei a mão na busina

Soou alto e com eco

Cruzes! me deu arrepio.

Como sair daqui?

Bom devo me conformar morri...

Já foi o meu enterro

E eu ainda não entendi

O motorista era um anjo

Que me buscou...

Eu acenei e ele parou...

E o cobrador era o cobrador de pecados

Mas só cobrou uma tarifa

Muito estranho...

Deviam não poder falar nada.

Acho que devo esperar

Mas esperar o que?

Então resolvi dormir como se estivesse viva.

Adormeci....

Acordei com barulho de pássaros,

Bem de longe um barulho de carros...

De novo pensei...

Me enterraram bem raso...

Não me desliguei da matéria

Meu espírito já está viajando

E meu corpo está enterrado.

Posso ver alguma claridade,

Pensei são as luzes para eu seguir...

Houvi barulho de porta abrindo

Cheguei a me beliscar

Tomei uma decisão

Viva ou morta vou buzinar...

Entrei em pânico quando ouvi vozes

Diziam: o ônibus pirou, está buzinando...

De repente o ônibus começou a descer

Assustei. Agora para onde vão me levar...

O ônibus chegou no chão

Então eu pude ler

OFICINA ANJO AZUL

Donni
Enviado por Donni em 12/04/2007
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