VELHO DO MUNDO
O que faz aí todo encolhido?
Espera um abrigo?
O vento frio sobre sua pele enrrugada
Franse mais, mas o anima...
Porque ele se agita só na madrugada.
Criado sem mãe
Hoje velho como está
Se lembra de quando era criança.
Era tal qual agora
Andava pela enxurrada
Camisa aberta no peito
Quando alguma ganhava
Um copo de leite
Um prato de comida
Vai seguindo sua vida
Sorrindo... só com um dente...
À noite ajoelha no chão
Flutua em prece
E a Deus só adradece
O abrigo e o pão.
Velho como já está
Diz que não vai morrer de repente
Porque a morte vem de mansinho..
Abrindo um caminho...
Que vai levá-lo para morar nas estrelas...